quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Carta ao falecido


Se eu pudesse diria a você que morra de uma vez por todas. Não agüentamos mais suas ressurreições. Mas não faço isso por dois motivos. Primeiro, que não faz meu estilo ligar pra ex de amiga minha pra dizer nada. E segundo, que você é um ser enigmático demais pra mim. Então, tem de viver. Mas me conta, quantas vidas têm? Já ouvi a frase, pra mim ele morreu, várias vezes. E quando a viúva já está a secar as lágrimas, volta você só pra confirmar a condição dela de eterna sofredora. Tadinha. Quando a conheci ela ainda te namorava, curtia horrores, não perdia uma festa por sua causa. E eu sei dos seus ciúmes doentios. Mas nada disso era páreo pra ela. Tu tinhas uma cabritinha de disposição.

Até o dia em que ela se meteu mato adentro, num acampamento, e se encantou por um cabra. Tanto, tanto, que deu de largar você, foi aí sua primeira morte. Era pra ser o fim, mas não foi. Falecido, a odisséia começava. Uma semana depois de terminar contigo ela viajou e passou um bom tempo fora, o tal cara ela nunca mais quis ver. Ficou sozinha, não queria ninguém, logo ela que sempre disse que sozinha e bem, não fica.

Tua cabritinha arretada se arrependeu logo que terminou, mas aí veio a bomba que tornou tudo irreversível. Você ia ser papai. E como se não bastasse, ia ser marido também. Ela que já não ouve muito bem de um ouvido achou por bem tapar o outro, pra não ouvir mais falar de sua vida. E teve jeito? Teve não, bem. Sua família era o inferno astral dela, sua vózinha então, não é de Deus aquela criatura, não pode ser.Graças a essa família maligna que você tem, ela nunca pode te esquecer. Foram três anos, e a bichinha só e indisponível.

Homem nunca faltou, graças a Deus. Mas ela não se abria pra ninguém que não fosse você.

Ano retrasado arresolveu darás caras, não é, seu sem vergonha? Casado com aquela barraqueira, que te lanhava a fuça quando cês brigavam, que todo mundo sabe. E com um filhinho que contraria todas as leis da natureza, que é o carisma em forma de gente.

Voltou, ligou, chamou pra sair, e no que deu, no que sempre dá, no dar.Tava desgostoso da vida querendo dar um fim em tudo.E fez despertar nela a idéia de que as coisas podiam melhorar pra vocês.Mas pena que ela esqueceu de um detalhezinho a toa, mas que teria feito toda a diferença lembrar, és um fraaaaco.E dessa vez não foi diferente.Foi fraco e sumiu.

Ela se entristeceu tudo que já tinha desentristecido, e um pouquinho mais.E força tigre! Seguido de um soquinho nas costas pra levantar e seguir, era o que eu dizia a ela, pra fazê-la rir. O tempo passou e no natal de 2006 foi o triunfo, ela arrumou um namorado super bacana, gosto muito dele, e melhor, ela muito mais, pra não levantar suspeitas.Achamos até que era um namorado imaginário por que ela por um tempo não apresentava o sujeito, só falava, então... Poucos dias antes do natal passado, nós marcamos uns comes e bebes na casa de uma amiga nossa. Marcamos as nove, ela chegou uma da manhã.Com um sorriso enrustido, o corpo quente, hummmm... Já sabíamos o que tinha acontecido. Mas ela despistou tanto, que não insistimos. Disse foi jantar com um amigo muito antigo dela, que vai morar em BH e queria conversar e se despedir.Ah tá, tudo explicado então. Natal estávamos juntas, mas separadas, cada uma de nós com suas razões. Até que veio a confissão, que você era tal amigo, ela naquele dilema. “Como assim vai embora? Quer dizer que mesmo passando três vezes por semana na rua dele, eu não vou ter chance de vê-lo?”.

A dita cuja da sua mulher, levou a criança pra BH com ela. Eu até entendo que você tenha ficado desesperado, mas resolvesse ir ou ficar, pra que chamar a menina? Tá certo que ela te ama independente dos títulos que teve de relevar. Foi namorada, amiga, ex-namorada, a outra, ex-namorada de novo, confidente, e por aí vai. Mas juntando tudo, dá alguém que caiu na sua arapuca. Eu botava a mão no fogo e acreditava pra valer, que dessa vez ela seria mais comedida. Ela estava tão segura, tão consciente, mas foi tudo por água abaixo quando ontem liguei e a coroa dela me disse que ela tinha se metido pras praias de Maricá contigo, deixando o namorado oficial de pista por uma semana. Faz cinco anos, e nem parece.Ela hoje é mais apaixonada que quando te namorava.Foi um trato e tanto no ego dela.Eta pudê de pica çô!

4 comentários:

  1. Pôxa Mari, tô boba com essa história sem fim que vc postou aqui, é de ficar de cabelo em pé , eu que não queria passar e nem quero por uma situação dessas. espero que ele tenha lido!!!

    Mari, quanto a Antônia, ela não existe...ainda rsrs. è que minha prima tá de namorado e sonha em ter filhos e parece-me que ele tb, então ele vive falando nos planos para quando Antônia chegar, e eu como sou apaixonada por essa prima, somos siamesas rsrs, prestei uma homenagem aos dois. Obrigada pela emoção que vc me descreveu lá no jardim, que bom que vc gostou ;D fico muito feliz.

    Grande Beijo, seu Blog é sempre inspiração pro meu, obrigada.

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  2. Ah não faz isso comigo menina, logo eu que sou cética de nascença.Quando eu rosolvo botar fé na Antônia.Evem você dizendo que ela não existe, isso é demais para o meu pobre coração.É muito desengano(rs).

    Mas boa sorte pro casal aí,e quando ela existir quero notícias.

    Ah e quanto ao falecido, quando ele voltar de Maricá, ele vai engolir esse texto com farinha com certeza.He he he esteja certa disso , milha filha.

    brigadinho pelo carinho

    E beijocas

    Mari

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  3. Olá, minha querida!
    Boa noite!
    Adorei tua presença lá no Clube de Carteado.
    Posso já te garantir que acaba de ganhar um novo leitor, desde que a atitude seja recíproca. É o mínimo que posso pedir. Já salvei teu blog nos meus favoritos.

    Estarei sempre na espreita por novos textos...

    Beijos, Germano.
    Apareça!

    www.clubedecarteado.blogspot.com

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  4. Oi Germano, então tamô junto e misturado, por que o seu blog já está nos meus favoritos tb.Me espere por lá e não se avexe de aparecer.

    Inté mais ver!

    Um beijo grande,
    Mari.

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