quinta-feira, 27 de março de 2008

Dança do mascarado

Bons tempos foram aqueles que a gente namorava, melhor, labutava. Nós labutamos tanto, mais tanto, que hoje eu vejo outros namoros e sei, que nós nunca fomos namorados, fomos felizes labutadores. Eu dei trabalho, eu sei. Mas não pense que o senhor ficou atrás. Afinal, quando "fui terminada" com aquela conversinha. Eu achava que tinha sido o fim da trabalheira. Mal sabia meu bem, que a apunhalada final viria três anos mais tarde, num domingo tranqüilo daqueles, te encontrar no cinema com uma mulher. E aquele seu discursinho meu filho, de que precisava se assumir, colocar sua vida em ordem, viver de acordo com a sua opção sexual. Que eu dei total apoio. Importante pra mim, é a lealdade a si mesmo. Oxente se assim que se é, então é desse jeito que tem que viver. Bobagem, tudo bobagem...

Acredite, fiquei até feliz no fim das contas. Mas o que que era aquela mulher? Me diga. Pra mim uma agressão, um vitupério, me reduziu a pó. Tudo o que eu responderia, se me perguntassem o que fomos nós, caiu num abismo, de perder de vista. Sua máscara estava lá, no mesmo lugar, intacta, do jeito que lhe é mais conveniente. E a menina fazendo papel de besta, que um dia, eu fiz também. Papel de besta, por nem desconfiar, coisa que nunca mais me aconteceu depois de você. Nem daquele seu amiguinho, que te ligava de dez em dez minutos tampouco, da sua “indisposição” perto uma menina toda-toda... Feito eu. Hum.

Vou te dizer que naquele domingo, fui possuída por idéias perversas, por muito ódio no coração. Eu queria correr até sua casa, que não era longe dali, pichar o seu muro, pra quando vocês chegassem, os dois, felizinhos, tivessem uma bela surpresa. Daquelas porretas de boa. Queria arranhar sua cara, te matar na unha feito piolho. Queria contar pra ela, ah como eu queria. Mas você não é sujeito besta de deixá-la sozinha perto de mim. Mariana, três anos depois, ainda crente que as pessoas são coerentes, tão romântica, tão idealista. Tão tolinha essa menina.

Agosto de 2007.

2 comentários:

  1. Mari, amor, não se avexe não! Olha, já passei por isso esses modelos Flex-indecisos são os piores. De vc não sinto dó, pelo menos vc labutou (viveu) sinto dó dela, tadinha que terá o gosto mais amargo, pk quanto mais velho, mais infeliz a idéia de esconder o que de fato se é! Pena pra ele, coitado que nem sabe VIVER.

    De minha parte, sempre feliz de te LER. Bjão queridaaaaa.

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  2. Ô brigadinho Adélia, é bom te ter por aqui e saiba que o que me entristece tb é isso. Eu já parti pra muitas outras, rs. Mas ele tá nessa ainda. Esses solavancos que a gente leva ensina mais do que mil palavras.

    Um beijão, moça e volte sempre!

    Mari

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